domingo, 14 de outubro de 2012

A juventude atual



A juventude atual- dizem muitos- é mais autentica que a de antigamente. Talvez tenham razão. Mas não a têm no sentido em que eles pensam, pois acham que a autenticidade consiste em entregar-se sem tabus à onda do prazer, dos desejos e dos instintos. Não. A juventude atual - pelo menos, a melhor parte dela – é autêntica por que sabe que os paladinos da falsa “liberdade” da geração anterior, e os seus herdeiros atuais historicamente disfarçados, os enganaram e continuam a enganá-los, quer na mídia, quer na escola, quer no lar.
A juventude atual é autentica por que se sente insatisfeita com as falsificações que a geração “Woodstock” lhes impingiu, e já não se impressiona mais com os berros, os seus chavões e a sua “sinceridade” de comedia. A geração atual sente a sede do “essencial”, do Deus que lhe foi furtado pela orgia ideológica materialista. A juventude atual- o que há de melhor nela -  sente, ou pressente, que o homem só será autentico quando se encontrar a si mesmo, e que não há modo algum de se encontrar a si mesmo, a não ser encontrando a Deus.
Por isso, não causa estranheza a experiência que o escritor britânico Paul Johnson estampou há dois anos numa crônica publicada pelo The Sunday Telegraph de 7.04.96. Johnson acabava de participar, dando uma conferência, do congresso Univ 96, que reuniu em Roma 1.200 universitários, de 52 paises. Era o dia 30 de março. No dia seguinte, 31 de março, Johnson participou também, desta vez com 2.000 estudantes, de uma Missa e de um encontro com o Papa – “ um movimento jovial e barulhento”-, e redigiu a crônica do evento. Vale a pena ler um excerto da mesma.
“No domingo de ramos (31 de março), o papa celebrou uma Missa na Praça de São Pedro. Umas trezentas mil pessoas enchiam a praça e a longa avenida que conduz a ela. Viam do mundo inteiro, e eu calculo que mais de três quartas partes tinham entre 15 e 25 anos. O sol apertava. A Missa era longa[...].
“os jovens escutavam e repodiam cantando com que Yeats chamava “ apaixonada intensidade”. A sua paciência, fervor, profundo silencio, bem como as suas aclamações entusiásticas quando o Papa se dirigia a eles, tudo atestava a extraordinária capacidade desse homem – desprezado pelos lideres ateus britânicos como “um ancião polaco”- de cativar a juventude.
“A que de deve isso? Segundo os critérios materialistas da nossa época, o Papa não tem nada que oferecer a juventude [...]. A sua mensagem é o reverso absoluto do materialismo com o qual, segundo dizem, sonha a gente jovem. Ele dize-lhes que se guardem do sucesso neste mundo. Adverte-os de que o sexo é um dom de Deus, com vistas a finalidades elevadas, cujo mau uso é pecado e pode ser desastroso. Pede-lhes que guardem a castidade fora do matrimonio e a fidelidade no matrimonio [...].
“É frequente jugar que a melhor maneira de atrair os jovens é bajulá-los. Este é o enfoque da burguesia comercial, que vende de porta em porta as suas mercadorias, e o dos magnatas da televisão a procura de audiência, imitados por políticos sem escrupos e clérigos com freguesias minguantes[...].
“ Alguns jovens, infelizmente, rejeitam qualquer dimensão espiritual[...]. |Mas muitos mais sente necessidade do divino. Rejeitam o mundo em que os valores materialistas são os únicos. Anseiam por uma interpretação espiritual da vida. E, ao faze-lo, pedem um evangelho que ensista nos mais altos valores da cunduta, que faça claras distinções entre o bem e mal, que exija sacrifícios e advirta que o caminho é pedregoso, duro e longo. Querem uma religião apropriada para santos e mártires. E é isso exatamente o que pregava o Beato João Paulo II. Amava os jovens, mas não auterava o seu tom e o seu conteúdo para adapta-los aos critério dos marketing. Tratava-os como tratava a todos: como pessoas espiritualmente maduras, intelectualmente rigorosas, capazes de profundos ideais e de sonhos elevados”.
            Fonte:Livro Autenticidade e cia.

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