Conhecemos o Espírito Santo a partir da ressurreição do Senhor. Somente então descobrimos que ele não é simples força de Deus, mas uma Pessoa divina. Ele é Aquele no qual o Pai ressuscitou o Filho Jesus.
Aí, o Espírito aparece como a força, a energia, a vida e vitalidade do próprio Deus. Nele Deus criou tudo e tudo sustenta; nele os enviados de Deus podem agir segundo o desígnio do Senhor; nele, o ser humano encontra vida, força e sustento. O Messias (= ungido) será cheio do Espírito, será ungido por ele e irá derramá-lo sobre todo o povo de Israel e sobre toda a criação.
No princípio Deus criou o céu e a terra. A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam o abismo e o espírito do Senhor pairava sobre as águas (Gn 1,1-2.)
Descerei ali para falar contigo. Retirarei um pouco do espírito que há em ti e incutirei neles, para que te ajudem a carregar o fardo do povo e já não o suportes sozinho (Nm 11,17).
Então o espírito do Senhor apoderou-se de Gedeão e ele tocou a trombeta e convocou Abiezer a segui-lo (Jz 6,34).
Samuel tomou o chifre com o óleo e lhe deu a unção no meio dos irmãos. Em conseqüência o espírito do Senhortomou conta de Davi desde este dia e também em seguida. A seguir Samuel se pôs a caminho e voltou para Ramá (1Sm 16,13).
Escondes a face, e estremecem;se retiras o seu alento, morrem e voltam ao pó.
Envias o teu espírito, e são recriados, e renovas a face da terra (Sl 104).
Aonde irei para estar longe de teu espírito?
Aonde fugirei para estar longe de tua face?
Se eu escalar os céus, aí estás; se me deitar no abismo, também aí estás.
Se me apossar das asas da aurorae for morar nos confins do mar, também aí tua mão me conduz,
tua destra me segura (Sl 139).
Acontecerá que os que restarem em Sião e os que forem deixados em Jerusalém serão chamados santos; todos os que estão inscritos para a vida em Jerusalém. Quando o Senhor tiver lavado a imundície das filhas de Sião e limpado o sangue do meio de Jerusalém pelo espírito de julgamento e pelo espírito de purificação, criará em todos os pontos do monte Sião e em toda sua assembléia uma nuvem, de dia, e um fumo e resplendor de fogo chamejante, de noite. Sim, sobre todas as coisas a glória do Senhor será um abrigo (Is 4,3ss).
Sairá um rebento do tronco de Jessé, e de suas raízes brotará um renovo.
Repousará sobre ele o espírito do Senhor, espírito de sabedoria e discernimento,
espírito de conselho e fortaleza,espírito de conhecimento e temor do Senhor .
Ele se inspirará no temor do Senhor (Is 11,1ss).
Eis meu servo a quem apóio, meu eleito, ao qual quero bem!
Pus nele meu espírito;
ele levará o direito aos povos (Is 42,1).
O espírito do Senhor Deus repousa sobre mim, porque ele me ungiu.
Enviou-me para levar uma boa-nova aos pobres, medicar os homens descoroçoados,
proclamar aos cativos a libertação e aos prisioneiros a abertura do cárcere,
para proclamar o ano da mercê do Senhor e o dia da vingança para nosso Deus;
para dar conforto a todos os que estão de luto, para entregar aos enlutados de Sião
um turbante festivo em lugar do pó, óleo de alegria em lugar de luto,
vestido de festa em lugar de espírito deprimido, de modo que sejam chamados “carvalhos da justiça,
plantados para a glória do Senhor” (Is 61,1-3).
Incutirei o meu espírito dentro de vós e farei com que andeis segundo minhas leis e cuideis de observar os meus preceitos. Habitareis no país que dei a vossos pais. Sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus.
Eu vos libertarei de todas as vossas imundícies. Mandarei que o trigo seja abundante e já não vos imporei fome. Multiplicarei os frutos das árvores e os produtos do campo, para que não mais suporteis a ignomínia da fome entre as nações. Então vos lembrareis de vossa má conduta e de vossas práticas funestas, e sentireis repugnância de vós mesmos por causa de vossas culpas e abominações (Ez 36,27-31).
Depois derramarei o meu espírito sobre toda carne.
Vossos filhos e filhas profetizarão, vossos anciãos terão sonhos, vossos jovens terão visões.
Mesmo sobre os escravos e sobre as escravas derramarei o meu espírito naqueles dias.
Colocarei sinais no céu e na terra, sangue, fogo e colunas de fumaça!”
O sol se transformará em trevas, a lua em sangue, antes que chegue o dia do Senhor,
grande e terrível!
Então, todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Jl 21-5).
Novo Testamento
Foi o Espírito quem ressuscitou Jesus dentre os mortos:
Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado a ser apóstolo, escolhido para o Evangelho de Deus, que pelos profetas havia prometido nas Santas Escrituras, acerca de seu Filho, nascido da descendência de Davi segundo a carne, constituído Filho de Deus, poderoso segundo o Espírito de santidade a partir da ressurreição dos mortos, Jesus Cristo Nosso Senhor (Rm 1,1-4).
Não pode haver dúvida de que é grande o mistério da piedade:
“Ele foi manifestado na carne, foi justificado no espírito, contemplado pelos anjos, pregado às nações,
acreditado no mundo, exaltado na glória!” (!Tm 3,16)
Tal ressurreição é uma nova criação: “tudo será criado e renovarás a face da terra!” Cheio do Espírito Santo que agora o povoa e transfigura totalmente, Jesus é o homem novo, princípio de uma nova humanidade e de uma nova criação:
Na tarde daquele mesmo dia, o primeiro depois do sábado, estando trancadas as portas do lugar onde estavam os discípulos, por medo dos judeus, Jesus chegou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos se alegraram ao ver o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio”. Após essas palavras, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados serão perdoados. A quem não perdoardes os pecados não serão perdoados” (Jo 20,19ss).
Vi um céu novo e uma terra nova, porque o primeiro céu e a primeira terra haviam desaparecido e o mar já não existia. Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu do lado de Deus, ornada como uma esposa se enfeita para o esposo. Ouvi uma voz forte do trono, que dizia: “Eis a tenda de Deus entre os homens. Ele levantará sua morada entre eles e eles serão seu povo e o próprio Deus-com-eles será o seu Deus. Enxugará as lágrimas de seus olhos e a morte já não existirá nem haverá luto nem pranto nem fadiga, porque tudo isso já passou”.
E aquele que estava sentado no trono, disse: “Eis que eu faço novas todas as coisas” (Ap 21,1-5).
É assim que a Igreja fez a experiência do Espírito. Agora, à luz da ressurreição, a Igreja apostólica compreende como este Espírito já estava presente na vida de Jesus:
a) É na potência do Espírito que o Pai envia o Filho:
O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus (Lc 1,32).
b) É ainda o Espírito que vai irradiando a alegria messiânica por onde Jesus passa:
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou... (Lc 1,41s).
Zacarias, seu pai, repleto do Espírito Santo, profetizou: ‘Bendito seja o Senhor, Deus de Israel’... (Lc 1,67).
Movido pelo Espírito, ele (Simeão) veio ao Templo... ele o tomou nos braços e bendisse a Deus... (Lc 2,27).
c) No batismo de Jesus, hora da sua vocação messiânica, é o Espírito do Pai quem o unge como messias:
No momento em que Jesus, também batizado, achava-se em oração, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corporal, como pomba. E do céu veio uma voz: ‘Tu és o meu Filho; eu hoje te gerei’ (Lc 3,21s).
d) É o Espírito quem o conduz ao deserto para ser tentado:
Jesus, pleno do Espírito Santo, voltou do Jordão; era conduzido pelo Espírito através do deserto...» (Lc 4,1). «E logo o Espírito o impeliu para o deserto...» (Mc 1,12). «Então Jesus foi levado pelo Espírito para o deserto para ser tentado pelo diabo (Mt 4,1).
e) Também na Transfiguração, o Espírito está presente na nuvem que envolve Jesus e os discípulos (cf. Mc 9,1-8; Mt 4,1-11; Lc 4,1-13). Vê-se que tanto nos momentos de sombra quanto nos de luz, é o Espírito quem guia Jesus na sua atitude de total filiação em relação ao Pai. O próprio João Batista já havia atestado isso:
Vi o Espírito descer do céu como uma pomba e permanecer sobre ele. Eu não o conhecia, mas aquele que me enviou para batizar com água, disse-me: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito descer do céu e permanecer é que batiza no Espírito Santo. E eu vi e atesto que ele é o Filho de Deus! (Jo 1,32-340).
Um outro texto indica esta mesma idéia:
Naquele momento, ele exultou de alegria sob a ação do Espírito Santo e disse: ‘Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste essas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, e quem é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar (Lc 10,21-23).
Estes textos fazem perceber o quanto a experiência filial de Jesus, sua relação com o Abbá é, contemporaneamente, pneumática (= no Espírito), pis é o Espírito que une o Filho ao Pai.
f) Também a sua missão messiânica, é por ele compreendida como totalmente vivida no Espírito:
Jesus, pleno do Espírito Santo, voltou do Jordão; era conduzido pelo Espírito através do deserto... (Lc 4,1).
Jesus voltou então para a Galiléia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se... (Lc 4,14).
O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu... (Lc 4,18).
g) Essa foi também a compreensão da Igreja primitiva:
Sabeis o que aconteceu por toda a Judéia: Jesus de Nazaré, começando pela Galiléia, depois do batismo proclamado por João, como Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder, ele passou fazendo o bem e curando a todos, porque Deus estava com ele (At 10,37s).
h) Sobretudo no mistério pascal essa presença do Espírito faz-se notar mais fortemente:
Cristo,... por um Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo a Deus como vítima sem mancha... (Hb 9,14).
i) É no Espírito filial que o Filho se entrega ao Pai. Mais ainda: entrega, confiantemente, o próprio Espírito:
E inclinando a cabeça, entregou o Espírito (Jo 19,30).
E inclinando a cabeça, entregou o Espírito (Jo 19,30).
Jesus deu um grande grito: ‘Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito!’ (Lc 23,46).
j) No Espírito o Filho desce aos infernos, pois Jesus somente desce ao reino dos mortos porque entrega ao Pai o Espírito de vida (cf. 1Pd 3,18s).
l) É também no Espírito Santo que o Pai, numa fidelidade invencível em relação ao Filho Amado, ressuscita-o ao Terceiro dia:
Morto na carne, ele foi vivificado no Espírito (1Pd 3,18).
Ele foi estabelecido pelo Pai Filho de Deus com poder por sua ressurreição dos mortos, segundo o Espírito de Santidade (Rm 1,4).
Este mesmo Jesus, Deus o ressuscitou; e disto somos testemunhas. E agora, exaltado pela direita de Deus, recebeu do Pai o Espírito Santo, objeto da promessa, e o derramou! (At 2,32s).
Concluindo: jamais o Espírito foi, para a Igreja, uma realidade abstrata, teórica: a partir da ressurreição, os cristãos experimentaram que o Espírito diviniza porque é divino, é Deus, presente em todo o Antigo Testamento, ele que falou pelos profetas, sendo um só com o Pai e o Filho, laço de Amor eterno entre os dois:
Esta salvação tem sido objeto das investigações e meditações dos profetas, que proferiram oráculos sobre a graça que vos era destinada. Perscrutaram a época e as circunstâncias indicadas pelo Espírito de Cristo, que estava neles, profetizando os sofrimentos do Cristo e as glórias posteriores (1Pd 1,10s).
Há diversidade de dons mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades mas um mesmo é Deus que realiza todas as coisas em todos (1Cor 12,4ss).
Ressuscitado na potência do Espírito, Jesus o compartilha conosco: é o Espírito do Filho divinizado que, compartilhado conosco, nos faz filhos do Pai e nos glorifica:
Israelitas, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré, homem de quem Deus deu testemunho diante de vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus por ele realizou, como vós mesmos o sabeis, depois de ter sido entregue, segundo os desígnios da presciência de Deus, vós o crucificastes e o matastes por mãos dos ímpios. Mas Deus, desfazendo as angústias da morte, o ressuscitou, pois não era possível que a morte o mantivesse em seu poder. Exaltado pela direita de Deus, ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e o distribuiu conforme vedes e ouvis (At 2,22ss.33).
Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus. Pois não recebestes um espírito de escravos para recair no medo, mas recebestes um espírito de filhos adotivos com o qual clamamos: “Abba , Pai”. O próprio Espírito dá testemunho a nosso espírito que somos filhos de Deus. Se filhos, também herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, contanto que soframos com ele para sermos também com ele glorificados. Tenho para mim que os sofrimentos da vida presente não têm comparação alguma com a glória futura que se manifestará em nós (Rm 8,14-18).
Mas quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e foi submetido a uma Lei, para resgatar os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção. 6 E, como prova de serdes filhos, Deus enviou a nossos corações o Espírito de seu Filho que clama: “Abba, Pai!” De maneira que já não és escravo mas filho, e, se filho, herdeiro por Deus (Gl 4,4-7).
Assim, o Espírito é o princípio desta Vida nova, pascal, em Cristo: é por ele que nos unimos a Cristo - ele é Espírito de comunhão e a Igreja é a Comunhão do Espírito Santo e, por isso, comunhão dos santos (= dos santificados pelo Espírito)!
Fomos batizados num só Espírito para formarmos um só corpo e todos bebemos de um só Espírito (1Cor 12,13).
Esta Vida nova atinge o homem na sua totalidade: corpo e alma... envolve sentimentos, inteligência, criatividade, trabalho, afetos, opções... e é chamada de Vida “espiritual” porque é vida segundo o Espírito, por ele gerada no Batismo, por ele amadurecida na Confirmação e por ele constantemente replasmada e amadurecida na Eucaristia. Em uma palavra: toda vida espiritual é vida no Espírito e segundo o Espírito, gerando em nós a imagem bendita do Filho ressuscitado para a glória do Pai:
Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade, usando-a como pretexto para servirdes à carne. Ao contrário, fazei-vos servos uns dos outros pela caridade. Pois toda a lei se encerra numa só palavra: Amarás teu próximo como a ti mesmo. Mas se vos mordeis e vos devorais, vede que não acabeis por vos destruirdes uns aos outros. Digo-vos, pois: Andai sob o impulso do Espírito e não satisfareis a concupiscência da carne. Porque a carne tem tendências contrárias aos desejos do Espírito e o Espírito possui desejos contrários às tendências da carne. Ambos são contrários um ao outro a ponto de não fazerdes o que quereis. Mas, se vos guiais pelo Espírito, não estais sob a Lei. Ora, as obras da carne são manifestas, a saber: prostituição, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçarias, ódios, discórdias, ciúmes, iras, rixas, dissensões, divisões, invejas, bebedeiras, orgias e outras como estas, das quais vos previno como fiz antes, pois quem praticar tais coisas não será herdeiro do reino de Deus. Os frutos do Espírito são: caridade, alegria, paz, longanimidade, afabilidade, bondade, fidelidade, mansidão, continência. Contra estes mão há Lei. Os que são de Cristo Jesus, crucificaram a carne com as paixões e concupiscências. Se vivemos do Espírito, andemos também segundo o Espírito (Gl 5,13-25).
Guardai-vos de entristecer o Espírito Santo de Deus com o qual fostes marcados para o dia da redenção. Afastai de vós toda dureza, irritação, cólera, gritaria, blasfêmia e toda malícia. Sede antes bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos mutuamente, como Deus vos perdoou em Cristo (Ef 4,30ss).
Viver a vida cristã, levá-la a sério é procurar ser dócil, fiel ao Espírito que age em nós: é nele que pensamos, desejamos e realizamos o bem; é nele que dizemos sim ao chamado que o Pai nos faz através do seu Filho Jesus. Esta vida de amizade com Deus tem seu ponto alto explicitado na vida de oração, que é oração no Espírito.
A estrutura da oração cristã é trinitária. É o Espírito Santo do Filho que clama “Papai!” em nós.
Como orar:
a) a oração inicia-se com a escuta: “quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas!” (cf. Ap 2): a Palavra que Deus nos dirige é o Filho, pleno do Espírito.
b) o papel da Escritura: a lectio divina: alimentar-se da Palavra inspirada pelo Espírito. O Espírito inspirou a Escritura e inspira a Igreja e o fiel em comunhão com ela na sua leitura.
c) a oração mental (espontânea): “tratar de amizade, estando muitas vezes a sós com quem sabemos que nos ama” (Sta. Teresa de Jesus): é oração sustentada e animada pelo Espírito que geme em nós.
d) a oração litúrgica: fonte e cume de toda oração (cf. SC 7). Aí a Igreja, sustentada pelo Espírito e unida a Cristo, se oferece ao Pai.
Uma oração enraizada na vida:
a) a busca de viver na presença de Deus: é preciso entreter o amor: silêncio, recolhimento, atenção ao coração.
b) o compromisso com a vontade de Deus no cotidiano.
c) a adesão a Cristo Jesus: “andar como ele andou” (1Jo 2,6).
d) uma vida que dê lugar à ascese: “Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados...” (Lc 21,34-36).
e) o esforço de orientar constantemente todas as atividades para a glória de Deus: “que em tudo seja Deus glorificado por Jesus Cristo” (1Pd 4,11).
A arte da oração:
a) a disciplina e a perseverança: os tempos de Deus;
b) a paciência, que tudo alcança: não ao imediatismo, ao utilitarismo e ao espírito de eficácia...
c) as distrações, os pensamentos vãos, a secura e a aridez: “sofre as demoras de Deus!” (Eclo 2,1ss).
O fruto final da oração é sermos divinizados, reproduzindo o itinerário do Cristo Jesus, tendo seus pensamentos, atitudes e sentimentos (cf. Fl 2,6ss). A oração é, portanto, obra do Espírito em nós, que vai nos cristificando até a vida eterna.
Dom Henrique Soares da Costa
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