Amados irmãos e irmãs,
nos últimos anos notamos e sentimos como se desencadeou um conturbado
processo
onde fomos assaltados por “novas” tendências, doutrinas, transformações
políticas, sociais e econômicas, totalmente contrárias ao Cristianismo
(comunismo, teologia da libertação, ideologia gay, materialismo, ateísmo
prático, etc).
Podemos dizer, sem
medo de errar, que tais anomalias são frutos de uma degradação moral
provocada,
em especial, pelos três piores vícios capitais: o orgulho, a avareza e a
impureza.
Santa Catarina de Sena
mostra-nos o que o Pai Eterno diz a respeito desses vícios: “Quero
lamentar-me
contigo sobre outros defeitos, dos quais ainda não falei. São aqueles
vícios,
que uma vez te mostrei na figura de colunas: a impureza, o orgulho e a
ganância. Com eles, vendem até a graça do Espírito Santo! São vícios
interdependentes
e têm uma base comum, o egoísmo. Tais colunas, enquanto permanecem de
pé, sem
serem derrubadas pelas virtudes, tornam a pessoa obstinada nos demais
pecados'.
Como disse antes, todos os pecados nascem do egoísmo; o mais grave é o
orgulho,
que destrói a caridade. O orgulho conduz ainda a pessoa à impureza e à
ganância. São esses os três laços que ligam os ministros maus ao
demônio'.”
(Diálogo - Carta n º 24 - ao cura Biringhieri Arzochi)
Quando cedemos aos
vícios do orgulho, da avareza ou da impureza vemos que começa a germinar
em nós
uma incompatibilidade com vários aspectos da Doutrina Cristã, da Igreja
ou da
natural ordem criada por Deus.
Recordemos alguma coisa sobre estes vícios ou pecados capitais:
O Orgulho ou Soberba é
o pior de todos os pecados capitais, chegando a ser considerado “a raiz”
de
todos os outros, pois é a tendência a se endeusar e se achar melhor que
os
outros. É o que levou os anjos maus a se rebelarem contra Deus, e levou
Adão e
Eva à cederem a tentação do demônio (sereis como deuses, cf. Gn 3,5).
Se a Soberba consiste
numa estima excessiva de si, a Avareza é a estima excessiva das riquezas
e dos
bens deste mundo (que foram feitos apenas pra suprir nossas necessidades
e a de
nossos irmãos). A Avareza ou Ganância é a síndrome de acumular coisas. É
o
culto ao dinheiro. Leva a fraudes, roubos, mesquinharia e ambição, a
passar por
cima dos outros. Em vez de senhores das coisas passamos a sermos
escravos delas
(cf. Mt 6, 23-34). O avarento esquece-se de Deus e do próximo, não se
preocupa
com a sua Salvação, é dominado pelo espírito consumista e materialista.
A Luxúria ou Impureza
é a erotização exacerbada e o mau uso da sexualidade, levando-nos ao ato
sexual
fora do casamento ou contrariando as normas naturais estabelecidas por
Deus. Vivemos
num mundo altamente erotizado. Esse vício provoca pecados contra o sexto
e o
nono mandamentos em atos (imodéstia e despudor: roupas e atitudes do
corpo
indecentes e provocadoras, etc.), pensamentos (desejos desordenados) e
palavras
(piadas de duplo sentido, conversas impudicas, músicas lascivas, etc.).
Podemos entender o
motivo de estarmos vivendo num mundo povoado de pessoas doentes, entre
as quais
estamos inclusos. O barro se revoltou contra o Oleiro (cf. Is 29,16).
Deixamos
de obedecer a Deus, para seguir nossas próprias “leis sagradas”.
Quantos irmãos estão
agora morrendo de fome, frio, pela falta de um remédio, enquanto nós
estamos
apenas preocupados com o nosso próprio bem-estar?
Quanta desunião
encontramos nas famílias, vizinhanças, comunidades (sobretudo
paroquiais). Já não sabemos mais dialogar, pois para saber
conversar tem também que saber calar. Quantos acidentes de trânsito
motivados
pela soberba daqueles que pensam que todos devem dar-lhes passagens, mas
eles
não as devem a ninguém.
Quantas famílias
destruídas por estes três vícios: pela arrogância dos esposos que não se
vêem
mais como uma só carne; pela soberba dos filhos, que não obedecem aos
seus
pais; pelo individualismo provocado pelo espírito avarento que conduz a
desunião familiar; pela impureza (incitada principalmente pelos
programas
televisivos como as novelas, filmes depravados, BBB, programas
dominicais como
o do Faustão, etc.) que conduz a traição conjugal e a vivência
prematura,
irresponsável e desordenada da sexualidade pelos jovens?
Para sermos curados
destes devastadores vícios só temos um remédio: buscar viver as virtudes
opostas a cada um deles. Contra a Soberba, usemos a Humildade. Humildade
é o
reconhecimento de nossa pequenez. É a verdade sobre nós mesmos, sabendo
que
tudo é Dom de Deus. Contra a Avareza, a Generosidade, que é o
despojamento dos
bens materiais, “Dai e vos será dado” diz Jesus. Deus ama o que dá com
alegria.
E contra a Impureza, a Castidade, que é o respeito ao nosso corpo e ao
corpo do
próximo, enxergando-nos como o que verdadeiramente somos: Templos vivos
do
Espírito Santo, membros do Corpo de Cristo.
Mas, para tantos males
temos um eficaz remédio: a Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem Maria
ou
Santa Escravidão de Amor. Sim, pois, o escopo principal desta devoção é
estabelecer nos corações o reino absoluto de Maria Santíssima, a fim de
fazer
com que nele reine mais perfeitamente Jesus Cristo. Para tanto devemos
dar-nos
inteiramente a Maria Santíssima, e a Jesus por meio d'Ela, na qualidade
de escravos,
sem nada reservarmos para nós; e procurarmos viver habitualmente numa
plena e
perfeita dependência de nossa Mãe Celeste, a exemplo de seu filho Jesus,
que
por trinta anos viveu-lhe submisso. Devemos fazer tudo com, por, para e
em
Maria Santíssima. Buscando conhecer e imitar as suas virtudes.
Ora, pergunto a todos: quem,
abaixo de Deus, é
mais humilde, casta e generosa que a Santíssima Virgem Maria? Ela é a
Escrava
do Senhor. Foi exaltada como Rainha do Céu e da terra, por que se
rebaixou como
escrava. Ela é a Imaculada Conceição, toda pura e toda casta. Ela é a
generosidade em pessoa, a despenseira e Medianeira de todas as graças.
Mas, não pensemos que
basta apenas nos consagrarmos a Ela como seus escravos por amor, devemos
principalmente praticar essa escravidão em nosso dia a dia. Assim, no
desejo de
que todas as almas tenham acesso a este salutar remédio contra os graves
males
que enfrentamos, é que suplicamos ao Santo Padre a graça da proclamação
de um
novo Ano Mariano em 2012-2013 recordando os 25 anos do último ano
mariano
proclamado pelo Beato Papa João Paulo II e comemorando os 300 anos do
“Tratado
da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” de São Luis Maria Montfort,
seria um
verdadeiro tempo de graça para a Santa Igreja de Deus.
Lembremos o que o
Beato João Paulo II escreveu na sua Encíclica RedemptorisMater, a
respeito do
Ano mariano que iria estabelecer: “a espiritualidade mariana, [...] tem
uma
riquíssima fonte na experiência histórica das pessoas [...]. A este
propósito,
é-me grato recordar, dentre as muitas testemunhas e mestres de tal
espiritualidade, a figura de São Luís Maria Grignion de Montfort, o qual
propõe
aos cristãos a consagração a Cristo pelas mãos de Maria, como meio
eficaz para
viverem fielmente os compromissos batismais.”
Também seria uma forma
muito prática de responder aos apelos que a Virgem Santíssima fez em
Fátima
(1917): “Deus quer estabelecer no mundo a Devoção ao Meu Coração
Imaculado.
[...] Se fizerdes o que vos digo, muitas almas se salvarão e terão paz.”
Pois como
diz o próprio São Luis, “foi por intermédio da Santíssima Virgem Maria
que
Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por meio Dela que Ele deve reinar
no
mundo. […] Por Ela Jesus Cristo vem a nós, e por Ela devemos ir a Ele.”
(T.D.V., n. 1; 85)
Ir. Maria Teresa da Santa Escravidão de
Amor
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